segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Negócio da China




O investimento chinês para os Jogos Olímpicos de Pequim superou os 40 bilhões de dólares, aplicados em infra-estrutura na cidade e outras próximas que sediaram algumas competições - ampliação e reforma do aeroporto, criação e expansão de linhas de metrô, projetos ambientais, realocação de fábricas..., e mais de US$ 2 bilhões com obras específicas do evento: construção da vila olímpica - com capacidade para 17 600 pessoas -, construção e reforma de locais de competição, arborização e outros. Com certeza a Olimpíada mais cara da história dos Jogos.

A 50 dias do início dos Jogos, as obras já estavam concluídas nos 37 locais de competições, tendo como último o Ninho do Pássaro, projeto grandioso que causou impacto no mundo da arquitetura. Todavia, com certeza o retorno foi imediato. Os turistas estrangeiros, assim como os nacionais, devem ter deixado grandes cifras para acompanhar as competições. Outra soma significativa foi proveniente do direito das transmissões, isto sem falar na venda dos apartamentos da vila olímpica, todas as unidades negociadas. De fato, atualmente, sediar Jogos Olímpicos é um verdadeiro "negócio da China". Londres está se preparando $$$.

domingo, 13 de julho de 2008

A Olimpíada Chinesa

No dia 08/08/08, às 08h08min, da noite, número da sorte para os chineses, será a abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Pequim. Não por acaso, a China foi escolhida para sediar o evento, assim como, as escolhas anteriores não tiveram nada de casualidade. Atualmente, a China é uma das maiores potências econômicas mundiais, e para o mundo este acontecimento seria uma oportunidade de abertura política, afinal, milhões de pessoas acompanharão os Jogos, in loco, e inúmeros repórteres, de todo o planeta, estarão cobrindo o evento, e, evidentemente, aguardando oportunidade para obter alguma matéria bombástica sobre e fechada China. Para esta nação é a possibilidade de usar os Jogos como arma ideológica para legitimizar o seu regime político. Destacando, a situação do Tibet, território anexado nos anos cinqüenta do século passado, que clama por independência, e, recebeu a solidariedade de todo o mundo, nos locais por onde a tocha olímpica passou.

Questiono muito a realização dos Jogos olímpicos como apenas um evento esportivo em si, momento de confraternização mundial dos povos pelo esporte. Confraternização?! Como? Vivemos um momento de grandes conflitos étnicos, religiosos, por motivações, evidentemente, político-econômicas. É provável que esta conotação de “ideal olímpico” exista apenas nos atletas que se prepararam e se dedicaram por anos para àquele momento.

A história nos mostra, ver infográfico do Estadão, que nem sempre ou quase nunca a paz reinou durante os Jogos Olímpicos. Foram atentados, questões raciais, protestos, boicotes, espionagens, enfim... Onde está o verdadeiro espírito olímpico?

Foto: Ricardo Moraes/AP